A Coppe-UFRJ e a Petrobras inauguram, na terça-feira, 18, uma planta piloto de reciclagem química por pirólise, instalada na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, com objetivo de desenvolver tecnologias para a gestão sustentável de resíduos plásticos, e para a transição rumo à economia circular do carbono. Participam da assinatura a diretora de Engenharia Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, e o coordenador Geral de Sustentabilidade e Educação da UFRJ, Francisco Esteves.
A Petrobras destinou R$ 10 milhões ao projeto de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), incluindo a reforma do galpão e a aquisição, importação e instalação da unidade de pirólise, responsável pela reciclagem química do plástico.
Os próximos passos do trabalho incluem a geração de amostras de óleos de pirólise a partir de diferentes resíduos plásticos, utilizando catalisadores distintos no processo de reciclagem química. Estas amostras serão testadas em escala piloto no Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), verificando a viabilidade de sua aplicação no coprocessamento em ativos existentes de refinarias de óleo e gás, para obtenção de produtos sustentáveis com conteúdo circular.
A pirólise é um processo térmico que transforma resíduos plásticos em óleo e gases reutilizáveis, sem a necessidade de oxigênio, permitindo que o material volte à cadeia produtiva como matéria-prima (querosene, nafta, compostos aromáticos e outros insumos de alto valor) para a indústria petroquímica. O projeto é considerado um modelo de reciclagem química de ponta, escalável e ambientalmente eficiente, informou a Coppe-UFRJ.
Com operação em fluxo contínuo e capacidade para processar até uma tonelada de plástico por dia, a planta é única do tipo no Brasil e é resultado da parceria entre o Laboratório de Engenharia de Polimerização (EngePol) da Coppe e o Instituto de Macromoléculas (IMA/UFRJ), em colaboração com a Petrobras.
"Não acreditamos que o fim da vida útil de um produto químico seja definitivo. Trabalhamos com a ideia da circularidade e temos o interesse de reintroduzir os materiais nos processos químicos, tornando-os matérias-primas para a indústria novamente", explica o professor e coordenador do EngePol/Coppe, José Carlos Pinto.
A operação contará ainda com o apoio do projeto Orla sem Lixo, que intercepta e coleta lixo flutuante na Cidade Universitária, e recicla material plástico que não tem interesse comercial para a reciclagem mecânica (como é o caso das embalagens PET).
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