Fechamento Bolsa: Ibovespa segue em correção, com baixa de 0,73%, aos 155,3 mil pontos
Ibovespa seguiu em correção nesta véspera de feriado pela Consciência Negra, em que não haverá negócios na B3 - com mercados abertos lá fora. Pela terceira sessão consecutiva, o índice da B3 permaneceu no campo negativo, em ajuste um pouco mais acentuado do que nos dois dias anteriores. Ao final, marcava 155.380,66 pontos, em baixa de 0,73% na sessão, vindo de perdas de 0,30%, ontem, e de 0,47% na segunda-feira. Assim, desde que renovou máxima de fechamento pela 12ª sessão consecutiva, no dia 11, o Ibovespa em seis pregões desde 12 de novembro registrou apenas um ganho, de 0,37%, na última sexta-feira, dia 14.
O ajuste ante o recorde intradia, também de 11 de novembro, assim como em relação à máxima de fechamento, da mesma sessão, permanece discreto, considerando respectivamente as marcas de 158.467,21 e de 157.748,60 pontos. O giro financeiro foi a R$ 25,7 bilhões nesta quarta-feira. Na semana, o Ibovespa recua 1,49% e, no mês, ainda acumula ganho de 3,91%. No ano, sobe 29,18%.
Entre a mínima e a máxima da sessão desta quarta-feira, 19, o índice da B3 oscilou entre 155.212,37 e 156.521,70 pontos, nível correspondente à abertura. Na ponta perdedora no fechamento, MBRF (-8,62%), Minerva (-4,12%) e Cemig (-3,05%). No lado oposto, Pão de Açúcar (+4,76%), Smart Fit (+2,51%) e Embraer (+2,37%). Entre as blue chips, o sinal negativo prevaleceu em Vale (ON -0,11%), Petrobras (ON -0,26%, PN -0,52%) e também no setor financeiro, o de maior peso no Ibovespa, com destaque para Banco do Brasil (ON -1,37%) e Bradesco (ON -0,74%, PN -1,00%).
Em análise gráfica, o Itaú BBA aponta que o Ibovespa segue "em tendência de alta no curto prazo, próximo da primeira resistência em 158.500 pontos, antes de seguir ao próximo patamar em 165.000 pontos". "Do lado da baixa, o índice testou o suporte inicial em 156.300", mas recuperou-se, "dando sinais de resiliência neste momento", acrescenta o banco.
"Se voltar a cair e perder a mínima em 155.800, abrirá espaço para um movimento de realização de lucros mais consistente e encontrará suportes em 149.800 e 148.500 pontos, patamar que mantém o índice em tendência de alta", observa o Itaú BBA.
Por aqui, acrescenta a equipe de análise técnica do banco, a maioria dos índices continuam perto das máximas dos últimos 12 meses - "e a confiança de que esse movimento de alta pode ser mais consistente e diversificado" em vários setores aumentou. Na avaliação do Itaú BBA, parte das ações mostram estar esticadas para o curto prazo, embora existam, também, ativos que começam a dar sinais de ponto de compra.
"A história serve de alerta: o bull market de 2016-2018 também começou embalado por otimismo com reformas e liquidez global, mas perdeu força assim que o cansaço fiscal reapareceu", aponta, pelo lado dos fundamentos macro, Thiago Duarte, analista da corretora Axi. "O contexto atual não é muito diferente: o Brasil ainda enfrenta entraves estruturais - sistema tributário complexo, rigidez trabalhista e fragmentação política - que limitam o crescimento sustentável."
Ainda assim, ressalva o analista, os lucros corporativos permanecem robustos, o país segue como o mercado acionário mais líquido da região e a estabilidade do real dá suporte no curto prazo. "Porém, se o apetite global por risco enfraquecer ou as commodities perderem força, é provável vermos uma correção rápida", acrescenta.
