O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) recuou 1,2% em novembro ante outubro, marcando o terceiro mês consecutivo de queda. A média ficou em 125,1 pontos, 1,5 ponto abaixo do nível revisado do mês anterior (126,6 pontos). Com isso, o indicador permanece 35,2 pontos (21,9%) abaixo do pico histórico registrado em março de 2022 e 2,1% inferior ao nível de novembro de 2024.

Segundo a FAO, o declínio geral foi resultado das reduções nos índices de laticínios, carnes, açúcar e óleos vegetais, que superaram o aumento no índice de cereais.

O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 105,5 pontos em novembro, alta de 1,9 ponto (1,8%) em relação a outubro, mas ainda 5,3% abaixo de novembro de 2024. Apesar da oferta confortável e de boas colheitas na Argentina e na Austrália, os preços globais do trigo subiram 2,5%, impulsionados pelo potencial interesse da China em suprimentos dos Estados Unidos e por preocupações no Mar Negro. Os preços do milho também avançaram, sustentados pela forte demanda por suprimentos brasileiros e por chuvas que prejudicaram trabalhos de campo na Argentina e no Brasil. Em contrapartida, o Índice de Preços do Arroz caiu 1,5%, pressionado pela colheita nos países do Hemisfério Norte e pela fraca demanda.

O subíndice de Óleos Vegetais recuou 2,6% em novembro, para 165,0 pontos, atingindo o menor nível em cinco meses. A queda refletiu preços mais baixos dos óleos de palma, canola e girassol, que compensaram a leve alta no óleo de soja. O óleo de palma caiu devido à produção acima do esperado na Malásia, enquanto o óleo de canola recuou diante de perspectivas positivas de produção global. Já o óleo de soja subiu ligeiramente, sustentado pela demanda firme do setor de biodiesel, particularmente no Brasil.

O subíndice de Carnes caiu 0,8%, para 124,6 pontos, mas permanece 4,9% acima do nível de um ano atrás. A queda mensal foi puxada pela redução nos preços das carnes suína e de aves. As cotações da carne de aves recuaram devido à menor valorização das exportações brasileiras e à maior concorrência global, após a suspensão de restrições comerciais por países como a China. Os preços da carne suína caíram em meio à ampla oferta na União Europeia e à demanda moderada da China. Já os preços da carne bovina ficaram estáveis.

O subíndice de Lácteos recuou pelo quinto mês consecutivo, para 137,5 pontos, uma queda de 3,1% ante outubro e de 1,7% na comparação anual. Todos os principais produtos registraram quedas. A manteiga e o leite em pó integral lideraram as baixas, pressionados pelo aumento da disponibilidade para exportação e pela maior concorrência entre fornecedores. A produção sazonalmente maior na Nova Zelândia e os amplos estoques na União Europeia contribuíram para a oferta abundante.

O subíndice de Açúcar registrou média de 88,6 pontos, queda de 5,9% ante outubro e de 29,9% em relação ao ano anterior, atingindo o menor nível desde dezembro de 2020. A baixa foi atribuída à expectativa de ampla oferta global. A produção no sul do Brasil permaneceu forte, e as perspectivas favoráveis para as safras da Índia e da Tailândia reforçaram a pressão de baixa sobre os preços.