A primeira etapa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) começou às 10h09 desta terça-feira, 9, informou o Banco Central. Nesta fase, o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, e os oito diretores assistem a apresentações técnicas do corpo funcional sobre a economia, para embasar a decisão sobre a taxa Selic. A decisão será divulgada na quarta-feira, 10, a partir das 18h30.
Segundo pesquisa Projeções Broadcast, o mercado está praticamente unânime quanto à manutenção da Selic em 15% nesta reunião (35 de 36 casas). O levantamento também indica que a maioria das instituições (17 de 35) espera cortes a partir de março. Outras 14 casas projetam cortes já em janeiro e três a partir de abril.
Para economistas consultados pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), na comunicação desta quarta-feira é provável que o colegiado faça apenas ajustes marginais na comunicação, para alinhá-la às declarações mais recentes de seus membros. Assim, deve reforçar uma postura dependente de dados e manter certa flexibilidade para as decisões seguintes.
Até o início da última semana, prevalecia no mercado a interpretação de que a "seta" do Comitê para as próximas decisões estaria atrelada ao trecho que aborda a manutenção dos juros em 15% por "período bastante prolongado". Contudo, a leitura perdeu força depois que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, esclareceu que a expressão não é "zerada" a cada nova reunião, indicando que uma modificação do recado não seria necessária para o início de um ciclo de afrouxamento.
Na ocasião, Galípolo também afirmou que o Comitê não tem, no momento, uma sinalização sobre qual será seu próximo passo, justamente, porque ainda está na etapa de seguir analisando dados. "Acho que é isso que os dados permitem a gente transmitir hoje. Não estamos deixando de comunicar porque a gente quer, estamos deixando de comunicar porque estamos realmente olhando a cada 45 dias como é que as coisas estão se comportando, dado todo o nível de incerteza que o ambiente já tem e dado fatos novos que podem acontecer", disse.
No período entre reuniões, a mediana do Focus para a inflação de 2025 passou de 4,55% para abaixo do teto da meta de inflação - de 4,50% - pela primeira vez desde dezembro de 2024. No relatório publicado nesta segunda-feira, diminuiu pela 4ª vez consecutiva, para 4,40%. A mediana para 2026 caiu de 4,20% para 4,16% no intervalo.
O IPCA-15 acelerou a 0,20% em novembro, ante 0,18% em outubro. A taxa acumulada em 12 meses, porém, arrefeceu de 4,94% em outubro para 4,50%. Quanto à atividade econômica, o crescimento do PIB desacelerou de 0,3% no segundo trimestre de 2025 (dado revisado, de 0,5%) para 0,1% no terceiro.
Já o mercado de trabalho brasileiro registrou criação de 85.147 novos empregos formais em outubro, segundo dados do Caged. O saldo foi 35,3% menor do que o observado no mesmo mês de 2024. A cotação do dólar usada no cenário de referência do comitê passou de R$ 5,40 para R$ 5,35.
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