Ibovespa sobe 1,67% e, em novo recorde, chega à casa de 164 mil pontos
O Ibovespa subiu novos degraus na escalada de recordes iniciada ainda nas sessões finais de outubro, chegando pela 17ª vez nesse intervalo de 28 pregões a uma máxima histórica de fechamento, agora na linha de 164 mil pontos. Nesta quinta-feira, 04, oscilou dos 161.759,12 até os 164.550,77 pontos (novo pico intradia). Ao fim, anotava 164.455,61 pontos, em alta de 1,67%. Na abertura de hoje, marcava 161.759,78 pontos. Nesta primeira semana de dezembro, acumula ganho de 3,38%, tendo renovado recorde nos últimos três fechamentos, considerando este.
O giro financeiro desta quinta foi reforçado, a R$ 31,1 bilhões. O ganho acumulado no ano, a 36,72%, aproxima muito o Ibovespa do avanço observado em 2016, quando o índice da B3 registrou alta nominal de quase 39% (+38,94%), encerrando então aos 60.227,28 pontos.
Vale ON, principal papel da carteira Ibovespa, fechou o dia em alta de 1,74%. Os ganhos também foram fortes no principal segmento da Bolsa brasileira, o financeiro, em especial no papel de maior peso do setor, Itaú PN, em alta de 2,46%, na máxima do dia no fechamento. Outra empresa de frente, Petrobras, subiu 0,56% na ON e 0,65% na PN, em dia de ganhos em torno de 1% para o Brent e o WTI, em Londres e Nova York. Na ponta ganhadora, Totvs (+7,27%), Hapvida (+6,22%) e Localiza (+5,04%). No lado oposto, C&A (-9,05%), Lojas Renner (-2,72%) e Embraer (-1,93%).
Ao fim, nove dos 82 papéis da carteira Ibovespa mostravam perdas na sessão - em certo momento, no início da tarde, apenas duas ações operavam em baixa. Em Nova York, os principais índices de ações mostravam variação entre -0,07% (Dow Jones) e +0,22% (Nasdaq) no fechamento.
"Muito dessa alta do Ibovespa, batendo o topo histórico novamente, podemos atribuir aos juros futuros americanos em queda ante expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve, na próxima semana. Tanto aqui no Brasil quanto nos Estados Unidos, há apostas maiores de cortes de juros. E as apostas de corte da Selic, aqui no Brasil, se voltam para janeiro", diz Rubens Cittadin Neto, especialista em renda variável da Manchester Investimentos. "Além disso, a gente tem a questão das empresas pagando dividendos maiores para fugir de aumento da tributação, o que contribui também para impulsionar a bolsa."
Na agenda doméstica desta quinta, destaque para a divulgação do PIB do terceiro trimestre, com percepção favorável, especialmente com relação ao desempenho do agro no intervalo, destaca Antonio Ricciardi, economista do Daycoval. "O consumo das famílias, mais fraco, não deixa de ser uma boa notícia, pelo efeito para a política monetária", acrescenta o economista, em contexto no qual o mercado tem se reposicionado para o início do ciclo de redução da Selic que, na avaliação dos agentes, pode começar em janeiro - anteriormente, a expectativa majoritária se concentrava para março.
Para Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, a expectativa de queda de juros nos Estados Unidos, reforçada para a reunião do Federal Reserve na próxima semana, e o momento global de recuperação dos preços das commodities, em geral, têm favorecido as moedas de emergentes, como o real. "PIB é olhar pelo retrovisor e, em geral, veio dentro do esperado", acrescenta a economista. Nesta quinta-feira, na mínima do dia, a moeda americana à vista chegou a ser negociada a R$ 5,2882 e, no fechamento do câmbio, mostrava desempenho colado à estabilidade (-0,05%), a R$ 5,3104.
"O PIB veio um pouco abaixo, na margem, o que trouxe algum efeito para a abertura. Ainda há efeito sobre exportações com o tarifaço dos Estados Unidos, enquanto não houver uma resolução completa para a situação. Sinais com relação ao fiscal ainda são muito sutis, e enquanto não houver uma situação mais definida para isso, ainda haverá margem para cautela", diz Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos.
