Passageiros de Congonhas relatam cansaço e falta de suporte de aéreas

Por Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil

Passageiros de Congonhas relatam cansaço e falta de suporte de aéreas

Passageiros irritados, desorientados e cansados ainda esperavam, hoje (11), uma resolução das empresas áreas sobre o cancelamento de seus voos e a realocação para outros horários no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Pelo menos 110 voos tinham sido cancelados no aeroporto até as 15h30 devido aos ventos fortes que atingiram a Grande São Paulo por conta da passagem de um ciclone pela região. 

Sentado no chão do terminal, enquanto sua esposa descansava deitada ao seu lado, o advogado Wagner Martins Pereira quase não conseguia contar sua história devido ao cansaço e à falta de voz. Na estrada desde a manhã de ontem (11), o casal voltava de Gramado, no Rio Grande Sul, para João Pessoa, na Paraíba.
 

Wagner Martins Pereira e a companheira aguardam para embarcar após voos cancelados e atrasos no Aeroporto de Congonhas. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Ainda em Porto Alegre, a Latam cancelou nosso voo e remarcou para hoje. Passamos a noite no aeroporto, dormindo no chão, porque a empresa não disponibilizou acomodação para nós. Chegamos hoje aqui em São Paulo e vamos esperar o dia inteiro porque nossa conexão para João Pessoa é só às 19h40. O esgotamento é absurdo e estamos loucos para chegar em casa. Espero que não cancelem nosso voo hoje, porque, pelo que escutei aqui, a situação só deve ser normalizada em três dias, denunciou.

Joice Emanuele Barbosa e o noivo aguardam para embarcar após voos cancelados e atrasos no Aeroporto de Congonhas. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A analista de Tecnologia da Informação Joice Emanuele Barbosa Gomes viaja com o noivo. O voo do casal para Recife estava marcado para as 21h de ontem e foi remarcado para as 23h37. Eles embarcaram, mas a torre do aeroporto informou que a aeronave não poderia mais decolar por conta do horário em que os passageiros terminaram de se acomodar (meia-noite).

Ficamos até as 2h30 dentro do avião. Quando saímos, a fila estrava quilométrica e ficamos no aeroporto até as 3h30. Fomos para uma pousada e voltamos às 11h30 e desde então estamos esperando na fila para tentar entender como isso será resolvido. A Azul não está nos dando a assistência necessária, criticou.

Luciana Tenani aguarda embarque após voos cancelados e atrasos no Aeroporto de Congonhas. Foto:  Rovena Rosa/Agência Brasil

A consultora imobiliária Luciana Tenani veio a São Paulo com um grupo de 23 pessoas para uma confraternização da empresa onde trabalham marcada para às 17h de ontem (10). O voo da Gol estava marcado para o período da manhã e o grupo só consegui embarcar à noite.

Para voltar para o Rio de Janeiro o horário previsto era às 10h de hoje, mas a empresa remarcou para às 21h de amanhã, o que só foi descoberto quando eles já estavam no aeroporto. Nos disseram que providenciarão acomodação para todos e estamos aqui para desenrolar isso. Todo mundo está irritado, porque está caótico. É uma falta de organização, disse.

Arlen Augusto Pereira aguarda para embarcar após voos cancelados e atrasos no Aeroporto de Congonhas. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Também passageiro da Latam, o analista de crédito Arlen Augusto Pereira pensa em processar a empresa pela perda de seus compromissos e a falta de suporte.

Cheguei aproximadamente às 3h e meu voo era às 7h, mas cancelaram. Foi remarcado para às 14h e, em seguida, recebi contato avisando que esse voo também foi cancelado. Agora, não tenho nenhuma notícia de remarcação", relatou.

"A única coisa que me deram foi um voucher para alimentação. Eu tinha compromisso em Goiânia e, pelo visto, não vou conseguir chegar a tempo. O suporte está muito ruim. Estou aqui há muito tempo sem nenhum tipo de ajuda, reclamou.

Versão das empresas