A Casa de Leis acolheu a família de um canoinhense que faleceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) no último final de semana. Os parentes alegam que o atendimento teria demorado e questionam a conduta da equipe médica no atendimento ao paciente.

O prontuário médico deve ser analisado por profissionais do Conselho Regional de Medicina (CRM). Esse foi o argumento defendido pela maioria dos vereadores durante sessão da Câmara realizada nesta terça-feira, 1º de abril, em Canoinhas.

A Casa de Leis acolheu a família de um canoinhense que faleceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) no último final de semana. Os parentes alegam que o atendimento teria demorado e questionam a conduta da equipe médica no atendimento ao paciente.

A vereadora e enfermeira Katia Oliskowski, que já trabalhou na unidade e no Samu, usou a tribuna da Câmara. “Eu sou enfermeira e posso dizer se concordo ou discordo, mas, como enfermeira, não tenho autoridade para prescrever ou julgar prescrições médicas, assim como nenhum de nós, vereadores. Então, não podemos fazer isso”, argumentou.

Kátia citou que o atendimento foi realizado aproximadamente sete minutos após a chegada do paciente à UPA. “Esse tempo eu entendo como razoável. Ele foi atendido pela equipe médica e de enfermagem. Eu não tenho acesso ao que aconteceu na sala de emergência. Temos documentos, prontuários, cópias de prescrições e vídeos”. Kátia destacou ainda que o prontuário é um documento sigiloso.

Ao se manifestar, o vereador Jocimar Jubanski perguntou a Kátia sobre a diferença de horário entre o que foi registrado no prontuário e o que realmente ocorreu. Kátia informou que, normalmente, na emergência, o atendimento é realizado primeiro, e depois as informações são digitadas no sistema.

O presidente da Casa, vereador Marcos Homer, também salientou as palavras de Kátia: “Nada mais justo do que você seja a nossa voz agora, que tem conhecimento de causa e sabe quais atitudes podemos tomar”.

O vereador André Flenik citou que é dever do vereador encaminhar o caso da maneira correta: “A vereadora Kátia foi muito precisa em suas palavras. Infelizmente, temos limitações de conhecimento, limitações técnicas e também de competência legal para fazer um julgamento”, afirmou.

Rosi Crestani também endossou as palavras da enfermeira Kátia: “Temos que ter muita cautela. Não podemos julgar. Eu sou mãe de médico e sei o quanto eles sofrem com a perda de uma pessoa. Não é o desejo deles, pois eles querem salvar vidas e estão ali para isso”.

O vereador Gil Baiano colocou a Casa à disposição da família e ressaltou que a vereadora Kátia tem um conhecimento da área muito mais profundo do que qualquer um ali e disse: “Somente Deus pode confortar o coração de cada um de vocês”.

Ivan Krauss afirmou que os processos encaminhados ao CRM são passíveis de apuração. “Havendo erro, será constatado, e o profissional será punido", salientou.

Assim como os outros vereadores, Edmilson Verka também se solidarizou com a família e afirmou que as palavras de Kátia representavam as dos demais vereadores.

Ainda durante a sessão, a vereadora Tati Carvalho apresentou um requerimento solicitando informações ao Executivo Municipal e à direção da UPA sobre o caso. O requerimento foi defendido pelo vereador Cesão do Táxi. "Hoje, temos um requerimento de minha autoria, justamente perguntando qual é o protocolo para atendimento quando o paciente chega com esses sintomas", comentou a vereadora Tati. "Nós, como vereadores, não podemos julgar, nem falar muito sobre isso, porque não entendemos muito da área, dos medicamentos e dos procedimentos que deveriam ser feitos. Se houve negligência ou não, é a justiça que vai decidir", finalizou o vereador Cesão do Táxi.

Sessão Câmara de Vereadores Canoinhas
  • Sessão Câmara de Vereadores Canoinhas (Fotos: Ascom)

Tags

  • CRM
  • Justiça