
Erro com recém-nascidos: Hospital Santa Cruz de Canoinhas reconhece falha, age com transparência e reforça compromisso com a segurança

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Diretora explica, em entrevista à Rádio Clube de Canoinhas, que equívoco foi detectado internamente e que os bebês estão sob acompanhamento constante; profissionais sofrem retaliações nas redes
Em entrevista concedida na manhã desta quinta-feira (17) à Rádio Clube de Canoinhas, a diretora do Hospital Santa Cruz de Canoinhas (HSCC), Karin Adur, se pronunciou oficialmente sobre o erro ocorrido na aplicação de soro antiofídico em 11 recém-nascidos no lugar da vacina contra hepatite B.
Durante a conversa, a diretora reconheceu a gravidade da falha, esclareceu os fatos e detalhou as medidas adotadas para proteger a saúde dos bebês e garantir que episódios semelhantes não se repitam. Segundo Karin, o erro foi detectado pelo próprio hospital, que agiu com rapidez ao comunicar os pais e iniciar o acompanhamento clínico das crianças.
“Nosso compromisso é com a transparência e com o bem-estar dos pacientes. Desde o primeiro momento, mantivemos diálogo aberto com as famílias e iniciamos todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos bebês”, afirmou a diretora.
A causa do equívoco, conforme explicou, foi a semelhança visual entre os frascos do soro antiofídico e da vacina contra hepatite B. Mesmo com a falha, ela assegura que nenhum bebê apresentou sintomas graves e que todos seguem sob monitoramento médico diário, com acompanhamento garantido até o fim do período de risco.
Medidas imediatas e reforço de protocolos
O hospital instaurou uma sindicância interna no mesmo fim de semana do ocorrido, afastou temporariamente os profissionais envolvidos, revisou os protocolos de vacinação e promoveu treinamentos adicionais com a equipe técnica. A instituição também está revendo os processos de armazenamento e identificação de medicamentos e imunizantes.
“Temos uma equipe séria e capacitada. A falha foi pontual, e estamos tratando o caso com toda a seriedade e respeito às famílias”, reforçou Karin.
O HSCC é certificado pelo Estado de Santa Catarina por sua alta conformidade em segurança do paciente — um dos reconhecimentos mais rigorosos na área hospitalar pública do estado.
Avaliação técnica: riscos mínimos
O Instituto Butantan e o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) foram acionados logo após o episódio e prestaram suporte técnico. Ambos indicaram que, devido à dosagem extremamente baixa (0,5 ml), os riscos são mínimos, com possibilidade apenas de reações leves como dor local ou febre baixa.
Profissionais enfrentam retaliações
A diretora também comentou os impactos emocionais sofridos pelos profissionais de saúde envolvidos no erro, que têm sido alvo de ataques e julgamentos nas redes sociais. “Precisamos lembrar que esses profissionais são humanos. Não houve dolo, e sim um equívoco. O ataque público, além de injusto, desestabiliza quem dedica a vida ao cuidado de outras pessoas”, disse.
Compromisso com as famílias e com a comunidade
Karin reafirmou que o hospital continua oferecendo suporte integral às famílias, com acompanhamento médico, psicológico e diálogo direto com os pais. “Assumimos a responsabilidade, estamos corrigindo os processos e seguiremos ao lado das famílias pelo tempo que for necessário. Nosso maior compromisso é com a saúde dos bebês e com a confiança da comunidade.”
Com informações: Rádio Clube de Canoinhas
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