Inaugurada em 1963, empresa atravessou gerações e se tornou símbolo de bom atendimento e produtos de qualidade em Canoinhas e região

A história de um lugar, de um povo, de uma cidade, é construída através de fatos e iniciativas. Essas iniciativas surgem a partir de sonhos, e os sonhos, para serem realizados, necessitam de trabalho e dedicação. Uma iniciativa que faz parte da história de Canoinhas e região surgiu nos anos 60, quando o empresário Rimon Seleme, então proprietário de uma fábrica de xaxins, decidiu vender sua empresa para abrir uma loja, a Casa Para Todos. A loja foi inaugurada em 1963, no endereço onde hoje funciona a Loja Berlanda, na Rua Francisco de Paula Pereira, no centro de Canoinhas. Em entrevista concedida ao Correio do Norte em agosto de 2005, Rimon – que faleceu em 2011 – lembrou que já em seus primeiros anos, a loja contava com clientes de diversos lugares. “Tínhamos poucas pessoas morando na cidade, mas muita gente no interior, sem contar que pessoas de São Mateus do Sul/PR chegavam a vir para Canoinhas fazer compras”.

Em abril de 2023 a Casa Para Todos comemora 60 anos de história, o CN conversou com o filho de Rimon e a atual gestor da empresa, Feres Seleme, e também com Maria Bernardete, viúva de Rimon, que trabalhou e acompanha o dia a dia da Casa Para Todos desde a fundação. “Começamos a loja com duas funcionárias, na época, vendíamos tecidos, confecções e cama, mesa e banho. Eu e o Rimon íamos para São Paulo buscar as mercadorias em uma GM Veraneio, as estradas eram ruins... Passamos por muita coisa”, recorda Bernardete. Entre os nichos de mercado atendidos pela Casa Para Todos na época, estão as roupas de ginástica e collants, que eram difíceis de encontrar na região, e a também a venda de cortinas fabricadas sob encomenda. 

Em 1969 a Casa Para Todos mudou para a primeira sede própria, onde atualmente funciona a farmácia do Sesi, na esquina das ruas Francisco de Paula Pereira com a Felipe Schmidt. 

Na inauguração da nova loja, a família proprietária da loja doou roupas e calçados para as crianças do Lar de Jesus e Rolando Malucelli. “Eles vieram até a loja e saíram vestidos com roupas e calçados novos”, lembra Feres.

?Os filhos de Rimon e Bernardete desde cedo ajudaram os pais nas atividades da empresa, entretanto, o único que seguiu a carreira de comerciante foi Feres. “Quando abrimos a primeira loja eu estava grávida de cinco meses do Feres, então ele sempre esteve com a gente”, conta a mãe. “Com oito anos ele já começou a nos ajudar, com 14 foi registrado na loja, e inclusive, quando eu e o Rimon íamos à São Paulo fazer compras, era ele quem ficava responsável pela loja”, conta Bernardete.

Feres, recorda os desafios que enfrentou ao longo dos anos dentro da empresa da família. “Eu desde cedo ajudava na loja. Com 16 anos eu fui uma vez com a mãe para fazer compras em São Paulo. Aos 17, fui uma vez com o pai. Na terceira vez, o pai fez a lista de compras e me mandou para São Paulo sozinho”, lembra o empresário.

EXPANSÃO

No dia 22 de abril de 1986 a Casa Para Todos se mudou para a Rua Getúlio Vargas, nº 695. Pouco tempo depois, a estrutura da loja foi ampliada. 

Em 2012, a empresa inaugurou uma filial, na Rua Francisco de Paula Pereira nº 1013. As duas lojas atuam no comércio de tecidos, aviamentos, cama, mesa e banho, brinquedos, moda íntima, e confecções, com moda masculina, feminina e infantil.

Atualmente, a Casa Para Todos conta 42 colaboradores e clientes de diversos municípios que se deslocam à Canoinhas para comprar em uma das lojas mais tradicionais da região, reconhecida por gerações pela qualidade, preço justo e bom atendimento.

Nesta semana, com inspiração no ato realizado na inauguração segunda loja, em 1969, onde as crianças foram agraciadas com roupas e calçados, Feres e Bernardete visitaram a Casa de Passagem de Crianças e Adolescentes de Canoinhas, e também, a Associação de Presbiterianos para Inclusão Social Comunitária em Defesa da Vida (APRISCO), com sede em Três Barras, onde realizaram a doação de toalhas de banho Karsten para todas as crianças e adolescentes acolhidos.

“A Casa Para Todos para mim significa tudo, pois foi aqui que eu cresci, eu e o meu marido. É um orgulho muito grande”

Maria Bernardete

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“A Casa Para todos para mim significa minha vida. Eu nasci dentro da loja, me criei dentro da loja e estou aqui até hoje. Se Deus quiser, vou ficar aqui até o último dia da minha vida”

Feres Seleme