Como a produção de milho e soja movimenta a economia local no Planalto Norte
Culturas estratégicas garantem renda para agricultores, abastecem a pecuária leiteira e fortalecem a indústria no Planalto Norte de SC
A produção de milho e soja tem papel central na economia do Planalto Norte de Santa Catarina. Essas duas culturas, presentes em praticamente todos os municípios da região, não só asseguram renda para agricultores como também sustentam cadeias produtivas estratégicas, em especial a pecuária leiteira, a avicultura e a suinocultura — atividades que fazem de Santa Catarina um dos líderes nacionais em proteína animal.
Municípios como Canoinhas, Mafra, Papanduva e Major Vieira concentram áreas significativas de lavouras, armazenagem e cooperativas agrícolas, tornando a região um polo de produção diversificada.
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Milho: base da pecuária e da alimentação animal
O milho é indispensável para o agronegócio regional. Boa parte da safra não vai para consumo humano direto, mas sim para alimentação animal:
Silagem para manter a produção de leite durante todo o ano;
Grão in natura usado em granjas de aves e suínos;
Matéria-prima fundamental para a indústria de ração instalada em Santa Catarina.
De acordo com levantamentos da Epagri/Cepa, Santa Catarina consome mais milho do que produz, o que torna a produção local ainda mais estratégica. No Planalto Norte, os produtores enfrentam desafios ligados a estiagens recorrentes, que reduzem a produtividade, e ao alto custo de insumos.
Soja: grão de exportação e motor econômico
A soja ganhou espaço no Planalto Norte a partir da segunda metade do século XX e, hoje, é uma das principais fontes de renda para agricultores da região.
O grão abastece a produção de óleo, farelo e biodiesel, além de ter mercado garantido para exportação. Em municípios como Mafra e Canoinhas, a expansão da área plantada de soja foi significativa nos últimos anos, consolidando a cultura como uma das mais rentáveis.
A produção local também integra a cadeia de exportações catarinenses, que movimentam bilhões de reais anualmente e conectam o Planalto Norte ao mercado internacional.
O papel das cooperativas
As cooperativas agrícolas desempenham papel decisivo no fortalecimento da produção de milho e soja. Elas oferecem assistência técnica, insumos, financiamento, armazenamento e comercialização.
Essa rede de apoio dá condições para que pequenos e médios agricultores tenham acesso a tecnologias modernas e possam negociar em melhores condições no mercado.
Efeitos multiplicadores na economia
A produção de milho e soja vai muito além da lavoura. Ela movimenta diferentes setores da economia local:
Agricultores: garantem renda e ampliam investimentos;
Comércio: cresce a demanda por máquinas, implementos e insumos;
Logística: aumenta o fluxo de transporte em rodovias e armazéns;
Indústria: granjas, laticínios e fábricas de ração dependem diretamente da produção regional.
Esse efeito multiplicador torna as duas culturas um motor da economia do Planalto Norte.
Desafios e perspectivas
Os produtores enfrentam obstáculos importantes:
Clima instável: estiagens prolongadas reduzem produtividade;
Custo elevado de fertilizantes e defensivos;
Infraestrutura limitada para escoamento em rodovias regionais;
Exigências ambientais e de sustentabilidade cada vez maiores no mercado internacional.
O futuro da produção de milho e soja no Planalto Norte depende do investimento em tecnologia agrícola, como sementes mais resistentes, irrigação eficiente e agricultura de precisão, além de políticas públicas voltadas para o crédito rural e a infraestrutura logística.
A produção de milho e soja é muito mais do que uma atividade agrícola no Planalto Norte de Santa Catarina: é um alicerce econômico. Essas culturas garantem o sustento de milhares de famílias, fortalecem cooperativas, movimentam indústrias e conectam a região ao comércio global.
Com inovação, planejamento e apoio adequado, o Planalto Norte tem todas as condições de manter essas culturas como pilares de sua economia nos próximos anos.